Gente jovem por aí…

Sempre me pergunto onde anda pousando o senso livre dos jovens nesse tempo moderno e diversificado do qual também faço parte. Nas ruas, nas esquinas, no shopping Center, nas boates, nas raves, nos bares, nas escolas, nas igrejas, nas festas, dos morros aos “palácios”, espalhados em capas de revistas e nas páginas de jornais sensacionalistas ou nos acentos de uma empresa de telemarketing, a gente está por aí...
O caminho é amplo, sugestivo, opcional ou “força do destino”. As drogas, o alcoolismo precoce, atos de vandalismo e irresponsabilidade, os acidentes que “geram filhos”, viciados em internet, em jogos eletrônicos e nas tecnologias de primeiro mundo, a gente vive isso aí...
Também não é questão para se generalizar, mas por onde andam aqueles que não se enquadram nessas mazelas? Eu, sinceramente, ando me desanimando com as faces dessa juventude.
Quem se reúne com os amigos para discutir sobre o vulcão no Chile? Para que ficar pensando nisso, o vestibular é só no improviso, e o importante é fazer as pistas de dança “ferverem”. Tá certo que não é pra tanto, mas é por aí a triste realidade.
E o que dizer da mídia? “Amiga” que nos alimenta e atualiza. Claro, o indivíduo em qualquer faixa etária é atingido. A criança que assiste seu desenho matinal e convencem seus pais a comprarem os brinquedos da propaganda; a dona de casa que utiliza o xampu usado pela atriz principal da novela no horário nobre comercial; o trabalhador que é cativado a comprar em 12 prestações, que cabem no seu mínimo salário, a TV de cinqüenta polegadas da última linha de lançamentos, e chega até os jovens , “cabeças frescas”, o poder alienante da mídia, as roupas de marca, o creme contra espinhas do Luan Santana, o colorido do restart e o tênis Nike nos pés do filho de um empresário aos pés do filho de um operário.
Sem base no rosto as garotas não aparecem em público, sem carro ou moto os rapazes não têm “fama”. São escolhas da felicidade ao alcance da liberdade?, mas refletindo sobre essas atitudes, acredito que isso está próximo da irresponsabilidade. Na sociedade queremos sim a liberdade, ser diferente, ter voz ativa, mas não adianta se somos manipulados, não adianta “ser só mais um rosto bonitinho”.
Talvez, falta tirar o Chilli Bens do rosto e enxergar que a Terra está em cartaz, aqui, ali, fora do país e que é mais importante comentar a foto daquela mancha negra no mar, do que se indignar no Orkut porque seu amigo postou uma foto sua sem maquiagem e sua espinha tá de matar.
Juventude, o espelho do futuro? Por fora temos vidas bonitas, temos um caminho em flores, uma aparência forte, que revigora nossos sorrisos descolados. É, ainda acredito nas caras de espinhas, que podem expressar indignação quando falha a justiça. Ainda acredito nos olhares embaixo das franjas que desamarram a esperança de que o amanhã poderá ser melhor. Acredito nas mãos pintadas, independente do sexo, que se unem para fazer brotar a paz.
Sim, é um belo discurso, mas falta sair dessas palavras, arregaçar as mangas e por em prática, por tanto, mãos à obra galera!

(Bruna Soares)